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Alfaiataria com alma: o poder negro no Met Gala 2025

  • Eduarda Sodré
  • 6 de mai.
  • 4 min de leitura

O Met Gala 2025 mergulha na elegância e ancestralidade do estilo negro em uma noite de moda e significado. Na noite de 5 de maio, o Metropolitan Museum of Art, em Nova York, foi palco de uma das celebrações mais aguardadas do calendário da moda: o Met Gala. Com o tema provocativo “Superfine: Tailoring Black Style”, a edição deste ano se dedicou a homenagear a riqueza estética, histórica e cultural das influências negras na moda, com destaque para a alfaiataria como símbolo de identidade, resistência e reinvenção.

O evento reuniu uma constelação de celebridades que exploraram os códigos do passado e do presente com criações que reverenciavam tanto as raízes quanto o futuro da moda negra. Aqui estão alguns dos momentos mais memoráveis do tapete vermelho:


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Rihanna por Marc Jacobs

Ícone de reinvenção, Rihanna revelou sua terceira gravidez em grande estilo com um look de Marc Jacobs que reinterpretava o dândi do século XX. A cantora e empresária optou por uma combinação ousada de saia com fenda profunda, saltos Oxford e um chapéu com inclinação dramática, um híbrido entre erotismo e nostalgia sartorial.


Lewis Hamilton por Grace Wales Bonner

Co-anfitrião da noite, o piloto Lewis Hamilton traduziu o espírito do evento com uma composição feita sob medida pela britânica Grace Wales Bonner. Em um tom marfim elegante, a roupa misturava alfaiataria tradicional e espiritualidade africana: paletó encurtado, calças com listras de gala e uma faixa decorada com conchas e madrepérola evocavam uma conexão com a ancestralidade.


Zendaya por Louis Vuitton

A atriz e fashion muse surgiu com uma abordagem entre o noivo vintage e o empoderamento moderno. Vestida com um terno branco que fazia referência tanto aos zoot suits dos anos 40 quanto aos ternos executivos dos anos 80, Zendaya evocava figuras como Bianca Jagger enquanto atualizava o discurso com charme contemporâneo.


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Anok Yai por Thom Browne

Anok Yai mais uma vez estabeleceu seu domínio sobre o red carpet com uma criação escultural de Thom Browne. A peça unia alfaiataria e abstração: brocado preto estruturado no busto, colarinho esculpido e mangas de blazer habilmente posicionadas como uma espécie de cinto, um gesto de desconstrução visual sutil, mas impactante.


Lupita Nyong’o por Chanel

Relembrando a aura que a consagrou no Oscar de 2012, Lupita ressurge em um terno azul claro da Chanel com linhas suaves e sobriedade calculada. A harmonia entre corte preciso e fluidez no tecido deu ao conjunto um ar quase aristocrático,

digno da realeza que ela representa no universo da moda.


Jodie Turner-Smith por Burberry

Num tributo emocionante à cavaleira negra Selina Lazevski, Jodie Turner-Smith apareceu com um look Burberry que evocava o esplendor da Belle Époque. Couro vinho moldado em uma silhueta ajustada, chapéu alto e postura imponente evocaram tanto o poder quanto a elegância das tradições equestres do século XIX.


Janelle Monáe por Thom Browne

Com seu estilo sempre performático, Janelle Monáe trouxe teatralidade ao evento ao trocar de figurino no próprio tapete. Iniciando com um casaco longo e austero, ela revelou por baixo um conjunto tricolor (vermelho, branco e azul), completado com monóculo, um gesto dândi elevado à potência máxima.


Doechii

A rapper Doechii estreou no Met Gala com um conjunto ousado da Louis Vuitton, co-desenhado por Pharrell Williams. O look incluía um blazer de cauda longa e shorts largos com estampa monogramada, combinados com meias até o joelho, sapatos T-bar bordô e uma gravata borboleta. Detalhes como um logotipo da Louis Vuitton estampado na bochecha e um charuto não aceso completaram a homenagem ao estilo de André Leon Talley, reforçando a versatilidade dos shorts na alta moda.


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Teyana Taylor por Ruth E. Carter

Não poderia deixar de destacar minha favorita da noite: Teyana Taylor, que mais uma vez provou ser uma força criativa singular no universo da moda.

Em colaboração com a lendária figurinista Ruth E. Carter, ela apresentou um look que transcendia o conceito de vestuário, tornando-se uma verdadeira narrativa visual. O traje consistia em um terno de risca de giz bordô, composto por calça, colete e paletó, sobreposto por uma capa dramática com ombreiras acolchoadas. A capa trazia a inscrição “Harlem Rose”, uma referência direta à sua música “Rose in Harlem”, e era adornada com detalhes florais, simbolizando suas raízes e a história da moda negra. Completando o visual, Teyana usava luvas de couro vermelho, um chapéu fedora com pena, uma bengala e joias de David Yurman, elementos que evocavam o estilo dândi e homenageavam ícones como André Leon Talley.

Este look não apenas capturou a essência do tema, mas também serviu como uma poderosa declaração de identidade e orgulho cultural. A escolha de Teyana por um traje que mescla tradição e inovação reafirma seu papel como uma das figuras mais influentes e autênticas da moda contemporânea. Sem dúvida, Teyana Taylor foi o grande destaque da noite, encerrando o evento com uma performance de estilo que será lembrada por anos.


A curadoria de 2025 transformou o Met Gala em um verdadeiro laboratório de ideias ao explorar “Superfine: Tailoring Black Style” como ponto de encontro entre ancestralidade e inovação. Mais do que um desfile de celebridades, o tapete vermelho funcionou como manifesto estético, evidenciando como a alfaiataria negra, das casas de costura do Harlem dos anos 1920 aos ateliês contemporâneos, moldou e transcendeu padrões globais. Cada drapeado, cada pesponto e cada detalhe simbólico dialogavam com a história de resistência e sofisticação de uma cultura que sempre soube reinventar suas tradições. Ao privilegiar a construção do traje como expressão política silenciosa, o tema convidou o público a enxergar a roupa não apenas como acessório, mas como documento vivo: um mapa de trajetórias que entrelaça identidade, poder e liberdade.


Eai, SF Reader? Qual seu favorito da noite?

 
 
 

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