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Ouse ser Diesel: a fusão entre tradição e anarquia

  • Eduarda Sodré
  • 28 de fev.
  • 2 min de leitura

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Glenn Martens transformou a passarela da Diesel na Semana de Moda de Milão em um verdadeiro manifesto visual de rebeldia e inovação, desafiando convenções e reinterpretando tradições de forma ousada. Com uma proposta irreverente, o diretor criativo imaginou um encontro inusitado entre Coco Chanel e a rainha da Inglaterra em Balmoral, cenário que simboliza tradição e sofisticação. No entanto, em vez de apenas homenagear essas referências, Martens as desconstruiu por completo, criando uma coleção que equilibra herança clássica e estética disruptiva, reafirmando a identidade provocadora da Diesel.


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O tweed, tecido eternizado por Chanel como sinônimo de elegância, foi completamente transformado. Em vez dos cortes impecáveis e da estrutura refinada dos tailleurs tradicionais, o material apareceu remendado, com padronagem pied-de-poule fragmentada e fios desfiados, evocando um visual propositalmente inacabado. Essa desconstrução se estendeu a toda a coleção: os micro-shorts jeans, tão curtos que mais se assemelham a roupas íntimas, desafiam qualquer noção de formalidade, enquanto corsets receberam uma camada plastificada, criando uma textura inesperada e futurista. O couro, por sua vez, foi fervido para adquirir um aspecto enrugado e desgastado, enquanto calças de jacquard imitaram a aparência de denim envelhecido, reforçando o conceito de destruição controlada que permeia a coleção.

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Um dos elementos mais marcantes do desfile foi o retorno da cintura baixíssima, remetendo imediatamente ao icônico modelo bumster de Alexander McQueen da década de 1990. Martens, porém, levou essa ideia além, introduzindo peças que expõem parte do quadril e apresentam roupas íntimas embutidas, criando uma silhueta inovadora e desconcertante. Essa abordagem não se limitou às calças: casacos e vestidos de cocktail também receberam adaptações da cintura rebaixada, explorando novas proporções e desafiando as expectativas sobre a estrutura das roupas. A Diesel, mais uma vez, prova sua capacidade de reinventar tendências e provocar reflexões sobre os limites do vestuário contemporâneo.


A rebeldia da coleção se estendeu para muito além das roupas e se manifestou também no cenário do desfile, transformando a passarela em uma experiência visual imersiva. A Diesel criou a maior instalação de graffiti já registrada para um evento de moda, cobrindo impressionantes três quilômetros de arte urbana. O projeto envolveu cerca de sete mil artistas de diversas partes do mundo, da África do Sul à China, garantindo que cada um pudesse se expressar livremente. O resultado foi um cenário vibrante e caótico, que complementou perfeitamente o espírito subversivo da coleção e reforçou o compromisso da marca com a criatividade sem restrições.

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Essa abordagem audaciosa da Diesel reforça a importância da rebeldia no universo fashion. Em uma indústria frequentemente pautada por tendências previsíveis e ciclos repetitivos, Martens demonstra que a moda pode – e deve – ser um espaço de ruptura, experimentação e provocação. A rebeldia não é apenas estética, mas também conceitual, desafiando normas estabelecidas e oferecendo novas perspectivas sobre estilo e identidade.


Ao unir tradição e anarquia de forma tão autêntica, a Diesel reafirma seu papel como uma marca que não apenas acompanha as mudanças no mundo da moda, mas as antecipa e redefine. Glenn Martens mostra que a ousadia vai além da superfície e se transforma em uma poderosa ferramenta de expressão, consolidando a Diesel como uma força criativa essencial na cena fashion contemporânea.



Eai, SF Reader? O que acha sobre essa fusão entre tradição e anarquia que a Diesel proporciona?

 
 
 

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