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Sociedade do espetáculo

  • Eduarda Sodré
  • 15 de fev.
  • 2 min de leitura

Atualizado: 16 de fev.


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O autor francês Guy Debord publicou, em 1967, A Sociedade do Espetáculo. Nesse livro, ele afirma que nossa época "prioriza a imagem sobre a coisa, a cópia sobre o original, a representação sobre a realidade, a aparência sobre o ser". Para Debord, o espetáculo não é apenas um conjunto de imagens, mas uma dinâmica social mediada por elas, em que a realidade é esvaziada e substituída por representações que reforçam a lógica do consumo. Hoje, sua análise continua extremamente pertinente. Estamos em um momento em que o capitalismo não se limita a comercializar produtos, mas impõe símbolos, criando uma cultura do desejo sustentada por narrativas visuais e pelo culto à imagem pública.


E poucos compreendem e manipulam essa dinâmica tão bem quanto Kanye "Ye" West. De Kim Kardashian a Julia Fox e, agora, Bianca Censori, Ye não apenas encontrou uma nova musa, mas a transformou em uma peça fundamental para fortalecer sua própria mitologia na indústria da moda e do consumo.


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Recentemente, alguém me perguntou por que as pessoas se consideram tão importantes a ponto de compartilhar sua vida. A resposta é simples: porque vivemos na sociedade do espetáculo. Acordou? Um story. Tomou café? Outro. Foi à academia? Nada menos que um "arrume-se comigo", da roupa íntima ao boné, porque a vida precisa ser documentada, editada e vendida como um produto digno de admiração. No fundo, essa necessidade insana de exposição nada mais é do que um grito desesperado contra a própria insignificância.


Se ninguém assiste, eu realmente existo?


Como aponta Jean Baudrillard, outro pensador crítico da sociedade midiática, estamos em uma era onde o real é substituído pelo hiper-real, um mundo onde a simulação se mistura com a verdade. Não se trata apenas de representar a vida, mas de criar um simulacro - uma imagem que não remete a nada concreto, mas que se torna mais verdadeira do que a própria realidade.


O universo, meticulosamente construído por ele, levanta questões perturbadoras. Em um mundo cada vez mais impulsionado por cliques, engajamento e viralização, continuamos aplaudindo discursos que reforçam velhas hierarquias de poder e padrões excludentes. No final, Debord estava certo: não vivemos mais a realidade, mas sua encenação.



Eai, SF Reader, o que acha da sociedade do espetáculo?

 
 
 

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